EU TE AMOS

'Eu te amo', pudera ouvir,
Foi pra que de nada eu duvide,
Sincero, um esmero (mesmo com medo),
Um tempo depois,
Um tempo de incógnita,
Um tempo de perseverança,
Um outro 'Eu te amo', ressoou em resposta,
Eu te amo da maneira que sei,
Mesmo que ao seu gosto você não gosta,
E do teu Eu te amo não tenho favores,  
Quem sabe o que seja o Eu te amo morrendo de amores?
Talvez sim, talvez não...
Eu te amo pra cá, Eu te amo pra lá,
Eu te amo assim, Eu te amo acolá,
Eu te amo em qualquer canto,
Todo lugar, Eu te amo em prantos,
Eu te amo em bandeiras, mas sem rótulos,
Eu te amo em escolhas - sem feridas,
E Eu te amo sorrindo,
Sarcástico, lindo sorriso,
O Eu te amo que é teu, o Eu te amo que é meu,
Se encontram e entre si não se entendem,
E por si ambos os 'Eu te amos' não se dependem,
Cada qual em sua verdade, não mentem,
Não se escondem, refletem, sentam e sentem,
Sinceros e receosos, almejam o encontro do outro 'Eu te amo',
Mas de encontros à vista são só desencontros,
Cabeças batidas aos ventos,
'Eu te amos' em desalentos.
'Eu te amos' de qualquer maneira,
'Eu te amos', cada um no seu verso,
No seu tempo. No seu medo. No seu remédio.
'Eu te amos', tudo com e sem desenganos.
E acabam rasgados em fragmentos, como panos de chão,
que limpam suores e gozos caídos e escorridos,
Naqueles inúmeros chãos (da sala, do quarto, dos aposentos),
Então desalentos, desiludidos, dos seus próprios clamores,
'Eu te amos' ...