CLARICE LISPECTOR
CLARICE LISPECTOR
Pensamentos obtusos, reclusos, confusos,
em páginas não lidas,
Idéias que deixam mi' mente em parafuso,
girando, girando, girando,
sem chegar ao encaixe final.
Girando mais uma vez...
Mas que ao fim, tudo está acomodado.
Flores que não se abrem, incham, apenas,
Sem estimular ao ar o seu próprio odor,
Lirismo sem cor...
Temas que se auto-explicam,
Mas que no seu contexto se escondem,
Se imaginam, sem ter um por que,
Porque não se definem.
Se exprimem, tão e somente,
Não se lê o que se escreve,
apenas o que se ouve,
Mas nada se ouve ao livro fechado, então camuflado.
Eis o espectro do ser,
Pra mim tudo claro,
Sou apenas um espectador, e rendo homenagens...
...não sei, pode ser,
Clarice Lispector,
Aprendi demais a gostar de você.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 15/10/2015