Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos


UM JOGO DE XADREZ

UM JOGO DE XADREZ

Peças e partícipes,
protagonistas de uma guerra,
todos se comem, se escondem e fogem,
todos se matam, se destroem.

Sangues que jorram, de cavalos e peões,
autoridades sem perdões.
... e a multidão assiste a tudo,
sem nada intervir.

Construções bombardeadas, torres demolidas,
Cidades arrasadas e um exército do nada.
Bispos de cor negra, e os cavalos não são marinhos.
Nem mesmos são guardados em seus estaleiros.
Um duelo sem padrinhos.

Aqui o poder não ganha sempre,
perdem-se todos pra toda e qualquer gente,
peças de madeira (destruídas ao cupim),
ou de mármore carrara.

Na morte que se busca, acaba-se a carreira.
Da humana existência, também o fim que se almeja,
Penitência... persistência,
Uma luta derradeira.

Vê-se a destruição do inimigo alheio,
Persegue-se a rainha, mata-se o rei.
Acaba-se com tudo, perverte-se a lei.

Mundo hostil, parece que não se tem vez.
Ninguém se entende.
Cada um à sua própria sorte,
todos em fuga da morte.

Então, xeque-mate, não...
mate-se à todos, sem choque,
e cheque tudo, pra ver se todos morreram
e voltaram ao pó, como à sua própria nudez,

Tudo enfim,
Triste assemelho que da vida se tem,
Mas num tabuleiro de amigos,
apenas 'um jogo de xadrez'.

 
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 07/09/2015
Alterado em 23/04/2017


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