AVAREZA e LUXÚRIA
AVAREZA e LUXÚRIA
Mundo igual, em qualquer lugar do mundo.
Patamar de avareza e luxúria, viéses que nos prendem,
ao fundo, em nosso próprio submundo.
É tudo aquilo que queremos:
pérolas, nudez, cortesias e maresias.
Dinheiro, paixão, segurança, mansidão.
Emprego, teoria, carro, secretarias,
Valores e roupas. Muitos bens que nos fazem bem.
Nada de obrigação. Não cai bem ser responsável.
Queremos tudo. Ao outro é que cabe ser maleável,
enfrentar a sua pobre pobreza.
À nós, nada de abstinência.
Muito menos a miséria da carência.
Queremos alegria, regadas de vinhos,
sorrisos, muita expectativa.
Em verdade, muitas orgias.
Sexo em fantasias. Com máscaras e fantasias.
Queremos paz pra viver bem, às custas alheias.
Que ninguém espie pra dentro de casa.
Lugar sem limites, desvairados poderes.
Mantos cobertos, inigualáveis prazeres.
Aos outros que se outorguem tarefas e afazeres.
Somos todos iguais. Independente de credo,
raça, sexo ou religião. Território ou nação.
Somos todos, o mundo todo,
filhos de uma baixa profana reputação.
Queremos só a nossa vil satisfação.
Saúde pra dar e vender.
Aos outros, que a saúde seja pública...
que tudo ou nada não é de ninguém.
Queremos tudo, e disto não abrimos as mãos.
Nada de consolação.
Ao político descurso, proclamamos a igualdade,
a humana simplicidade, e a nossa imperfeita imperfeição.
Esperamos dos outros o almejado perdão.
Mas no fundo, somos assim,
queremos autonomia,
arrelia em madruga,
nada que tenha fim,
sem nenhum direito que se expurga.
Vivemos em briga constante com a nossa astúcia,
vivemos num mundo em pleno aluguel de luxo,
imposição de maldizeres, pecados capitais,
... avareza e luxúria.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 31/08/2015
Alterado em 31/08/2015