FRACO SONHADOR
Abro a porta do meu carro,
fecho janelas deste tempo,
cubro de manto o choro da morte,
nada que seja à mim macabro.
Revejo o tempo no relento,
cheiro pétalas expostas no quadro.
Me alimento de sonhos meus,
neste momento escuto um fado.
Deito em núpcias na madrugada,
exponho teses em testes,
sento à mesa arredondada,
jogo cartas de alforria.
Queimo a pele ao sol que arde,
bebo vinho por minha arte (sabedoria),
limpo a vida de emoções,
Sem fazer um grito-alarde.
São tudo situações.
Nada que acovarde.
Escrevo teorias, dilemas e contos,
corro nas manhãs nubladas,
Contas em dia, conjecturas atrasadas,
Aspectos de mim, daquilo que exponho.
Me visto da melhor roupa,
ando rasgado à toda sorte,
sou fiel à moda antiga,
Me alimento de luz, néctar, polpas.
Sou livre dos preconceitos (isso garanto),
Não devo nada à ninguém.
Faço de mim aquilo que quero.
Sofrimento é acalanto.
Porisso sentir, me ponho um louco,
Sadio de coração.
Prazeres intensos, não poucos.
Esperança almejo. Que animação!
Sou um fraco sonhador,
destemido homem, com defeitos,
colecionador de mulheres, vícios, paixões,
curto sempre o meu esplendor.
Ouço o barulho de bombas,
grandes explosões.
Sinceras decepções.
A humanidade continua mal.
Vida, me dê um sinal,
e não um ponto final.
Eu tenho que aprender mais de ti.
Afinal, eu sou um aluno fiel.
Das tarefas cumpridor,
faculdade sem bedel,
lição sem professor,
Sou um fraco sonhador.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 27/08/2015
Alterado em 28/08/2015
