SE EU MORRER AMANHÃ
SE EU MORRER AMANHÃ
Se eu morrer amanhã:
Quero ouvir as músicas mais lindas que existem,
Quero crer que na vida as virtudes persistem,
Quero fazer o gol de pênalti perdido,
Quero beijar aquela mulher, no escuro escondido,
Quero comer a comida gostosa,
Ter em casa a dama honrosa, quiçá majestosa,
Quero viver ser preconceitos,
e sem preceitos ou receitas.
Apenas quero viver...
Quero ganhar de presente as lembranças (boas) do meu passado, altivando o meu próspero futuro (o sono eterno).
Não quero morrer de terno. Há de ser de bermuda, roupa desnuda.
E assim me sinto eu.
Se eu morrer amanhã, não quero avisar ninguém.
As redes sociais de hoje pra isso se encarregam. "Ad Eternum".
Só vou avisar a Deus pra que ele arrume uma boa vaga no céu (se é pra lá que eu vou).
Mas se eu morrer amanhã, vou mesmo é me embriagar de vinho.
Porque silente aos humanos sentidos, não vou sentir dor.
Vou apenas ziguezaguear na cólera da minha inconsciência,
Pensando que vivi bem, sem atrasos ou reticências...
Hilariando que amei demais, ao imaginário fruto do meu amor.
Se eu morrer amanhã, peço que me enterrem na lapinha. Com calça culote, paletó e almofadinha. Ao termos da minha infância-modinha.
Se eu morrer amanhã, ao menos o meu legado fica marcado,
Então escrito, registrado - em poema - daquilo que eu quero.
Se eu morrer amanhã, quero apenas ser feliz.
Ao dia de hoje, e sempre, "ad eternum" novamente.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 18/08/2015
Alterado em 18/08/2015