Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos

SONHO DE AMOR


Nessa mão que ora aperta a minha mão
e a inflora de illusão
por fugitivo instante,
que castello tão lindo e seductor
meu ideal levantou!
castello que de ti se illuminou
para o amor em meu sonho abrir-se em flor,
e a minha alma sonhar...
para ouvir a canção
da tua voz cantante
embalar meu amor...

No castello ideal do meu amor
que a tua mão detém, 
eu sonho...
O meu anseio cresce com fervor,
e por beijar-te os olhos de ternura
em mim mal se contém...

Lá fóra, a noite estende-se, fulgura
num velório crivado de topázios,
e abre um sonho de estrellas sôbre as rosas...

Eu sonho...
Pelas azas vaporosas
de uma illusão que perpassa,
o teu vulto formoso,
senhor dos olhos gázeos
de olhares sonhadores,
senhor do meu castello,
que de sonhos estrella.

E enquanto sonho enlevada nos fulgores
dos teus olhos, e, em febre por teus beijos,
meu coração se agita,
cresce-me a ânsia que incita
a fazer-te ditoso...

A noite sobe, cálida suspira
em fremitos e arquejos, 
solta o véo de luar, sonha, delira, 
cheia de comoções misteriosas;
e, toda enflorescida, 
espalha o aroma vago
de magnólias e rosas...

Eu sonho...
e ansiosa, e trêmula de amor
da noite aspiro o aroma embriagador...

No castello que o meu ideal ergueu,
na tua mão que o detém,
no castello que é teu
e é meu único bem,
eu sonho...
O meu amor abre-se em flor,
e eu, na illusão de fugitivo instante
ouço em meu sonho a tua voz constante
embalar meu amor.



obs: texto original de 13/08/1942, atribuido a Ibrantina Cardona (constante no caderno de poesia de meu pai, Antonio Sava Mendes).  
Ibrantina Cardona
Enviado por Antonio Jadel em 17/08/2015


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