MEU GRANDE PECCADO
Quiz tão pouco do mundo quasi nada...
Meus sonhos, em tão pouco os resumi!...
E a ventura nunca me foi dada
De ter o que busquei, o que pedi...
Nunca, oh! nunca eu fui comprehendido.
Por mais que para isso me esforçasse
Combati, lutei... Cahí vencido,
Não tendo ao lado que me encorajasse...
Era moço e audaz. E confiante.
Que ainda houvesse na terra, lealdade
Eu quiz romper, ingênuo bandeirante.
O meu caminho de felicidade...
Porém, o mundo não perdôa a quem
se atira à elle, assim, afoitamente.
Vai-se uma trahição, logo outra vem,
E são ellas que vão dando cabo da gente...
Só hoje, só agora derrotado
Ao relembrar, tristonho o meu passado
Noto que a ter no mundo confiado
Foi o meu grande peccado...!
obs: texto original - atribuido à Arlindo Duarte, 27/03/1940 (constante no caderno de poesia de meu pai, Antonio Sava Mendes).
Arlindo Duarte
Enviado por Antonio Jadel em 17/08/2015
Alterado em 17/08/2015