CLEONICE
Cleonice,
Alguém te disse
Que de outra eu era
Numa mentira louca, infindável, sem base
Tolinha que fostes, acreditastes, e quase
Vi desfeito o meu sonho, minha chimera.
Surpreso
Pelo desprezo,
Que me distes, e pelo susto
Julguei tudo acabado, tudo desfeito
E por você esquecido, aquillo que meu peito
Duhelára e acalentára a custo.
E revolto,
A Deus volto,
E aos céos brado um juramento
Por Elle, seu Nome santo procuro
Em testemunho, a bem da verdade, e te asseguro
Só a ti amar, ter, só em você meu pensamento.
obs: texto original de 16/08/1939 - originalmente sem título.
Antonio Sava Mendes (meu pai)
Enviado por Antonio Jadel em 14/08/2015