Poema: AS VEZES...

As vezes são as pessoas...
As vezes são os lugares...
As vezes são os fatos, os acontecimentos, em momentos, perdidos, escondidos, amparados, ao claro.

As vezes são tudo isso juntos, num emaranhado de pontos de emoção. Coisas que ficam marcadas no coração.
Pessoas que marcam, se apagam, significam o tudo a um momento do tempo, ou nada, ao largo da vida. Pessoas que vêem e vão, ao passo de cada dia, de um tempo corrido, como um trem que sai da sua estação. Que tem ponto de partida, mas não tem ponto de chegada, assim como sempre são os sonhos da nossa ilusão. Não tem final...

Mas as vezes são os lugares...
Lugares em que fomos, e ficamos, e sorrimos ou choramos. Lugares distantes que projetamos na mente como algo de fácil alcance. Lugares que ficam, na mente distraente dos sonhos realizados, do futuro concretizado pelas lembranças do passado.

Por outras vezes são os fatos...
Fatos em que vivemos (distantes) e que vivemos (sentidos), sonhamos, acreditamos, perdemos... e sentimos, ao longo da jornada do sutil e cruel - necessário - amadurecimento.    

E o filme da vida passa despercebido.
E concluo que de nada me vale o bem material. Eis que perecível.
Ao toque de um vinho, pelo glamour, me afirmo em dizer que me valem as vezes, ou de todas as vezes, sempre: as pessoas, os lugares, os fatos... acontecimentos em sentimentos.