Poema: Morena da Escola de Samba.


A uma troca de olhares na imensidão do barulho do samba, me pareceu sincera;
Talvez seja a repressão de um desejo que assim se libera... pudera...
E assim me veio a vontade de te ver, de te conhecer, de te querer.
Talvez, um dia, contigo algo melhor descobrir e quem sabe um dia dormir, até o amanhecer.  

Teus olhos, tua cor, teus cabelos. Não vi por ninguém ali presente, algo melhor ou diferente.
Você é quem me despertou os meus desejos. Os meus anseios...
Diferente ou não, fostes pra mim a mulher mais bonita. A morena querida.

E por vezes te procurei, te busquei, mas não te alcancei. Não sei...

Estavas distantes e perto ao mesmo tempo.
Distante talvez ao longo de um momento. Perto demais pro meu pensamento.

E no batuque do samba, eu dancei. Na melodia, no enredo, e no requebrar das mulatas passistas eu sorri, pensando em ti.
E também em tua alegria te vi sambar. Sorridentemente, cantar. Alegremente, dançar.
E nas gingas do teu corpo não nego que me vi pensando em te abraçar.

E assim, em voltas de passarela, eu te toquei, num singelo contato das tuas mãos.

E senti... realmente que eras a mais linda. A que tocava mais do que o meu corpo: a minha emoção...
Sensação. Tezão. Satisfação. Incrivelmente bateu forte dentro de mim, o meu coração.

Mas em pura distração, eu não te ouvi. Pouco te vi... pouco te conheci.
Te deixei partir, ir embora, deixando meu pensamento e minha vontade com desejos de outrora...
Quem sabe eu volte a te encontrar. Oxalá eu não deixe escapar...
Em verso e prosa, a oportunidade pra te ofertar uma Rosa. De ouro, pelo valor da emoção. Perfumada, pra te ver encantada.  

E com aquela vontade de um sambista de gente 'bamba', a você: morena da escola de samba,

Meus desejos declarar: simplesmente beijar, tocar, carinhar... e a um jeito de mútuo consentimento: gostosamente te amar.