INSONIA
Poema: INSONIA
De madrugada eu acordo em rotina.
Me desperto sem sentido, buscando entender meus sentimentos e o que se passa comigo.
Olho em minha volta, e não vejo luz.
Somente o abajur.
Não vejo o sol à minha frente.
Até mesmo porque estou no meio do escuro em horas da madrugada.
O que sinto é o calor do meu quarto.
Silencioso. Vazio. Arrumado.
Sem nada...
E me vejo pego novamente pela insônia.
Insonia de ontem, outrora.
Insonia de hoje, de agora.
E assim acordo, pensando ... ansioso ... meio com fome de algo,
fome de vida, fome de alguém.
Sem saber realmente o que ou de quem.
E o pensamento fica pro além.
E a insônia me toma conta.
Me consome.
São reflexos da minha ansiedade.
De uma vida atribulada, de uma contida maldade.
De um trabalho desgastante, sem piedade.
Talvez me falte para comigo mesmo um pouco mais de sinceridade. Serenidade. Tranquilidade.
Daquilo que quero, daquilo que me desgasta.
E aos olhos dos outros, quem sabe, cultivar mais irmandade.
E me vejo sozinho, curtindo ou calado a minha sexualidade.
E a insônia me traz de volta a esta dura realidade.
Sozinho... com a insônia, somente.
Insonia ao meu lado, insônia à minha frente.
Daí eu busco, procuro, não acho.
Insônia tirando o sossego da minha mente.
Me vem a certeza de que preciso de uma linda mulher.
Mas não qualquer uma. Há de ser uma especial. Fenomenal...
E aí eu penso nela.
Em imaginação defino a certeza de sua beleza e sensualidade.
Também por ironia o nome dela:
Sonia... pra acabar com a insônia.
E na certeza de ter a Sonia ao meu lado, em prazer, em gozo e satisfação, com os sons dos sonhos meus...
...faço com ela – SONIA – o necessário pra acabar com minha insônia.
E aí eu durmo de novo...
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 07/08/2015
Alterado em 05/10/2015