Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos

Poema: DISCRETA DISCRIÇÃO
 
Se te olho é porque algo me atrai,
Ainda que por bem, na amizade, ficamos nesse vai-e-vem,
Vem-não-vai,
 
Se te olho é porque te quero, não espero, não quero, quero, não prezo, não preso, apreço, sem pressa, é o preço, eu peço...
Se te olho é porque te almejo, espelho, espero, eu te vejo. Não nego. 
 
Se te olho é porque tens um por que... 
Tens algo que me encanta. E eu não sei o que.
Uma finalidade e um querer.
Mas de nada adianta. Vontade de ter você.
 
Não sei, algo que me dá vontade ... 
Apenas sensação, imaginação.
Algo que me curto em discreta discrição.
 
Mas de ti, não quero nada além do que a formal proximidade.
Entenda isso, de verdade. Sem intimidade, nem tampouco liberdade.
Em liberdade nos chocamos em pólos contrários (ou iguais)de um imã de carne-osso.
Negativo ou positivo, somos forças contrárias de um outro pra outro.
 
Somos tempestades de emoção.
Vivemos olhando não pra mesma direção.
Com olhos tortos, vivemos em contra-pontos.
Distantes, amantes (da vida), itinerantes às despedidas.    
Com caras viradas e orgulhos desvairados.
 
Somos amigos de temperamentos atravessados.
E nos travamos, não atravessamos, não nos atávamos. Nem nos amamos. 
 
Por isso que o melhor de tudo é o nada...
Melhor de tudo as espreitas de nossas emoções, é viver com razão.
Sem nada de paixão. Nada que nos guarde ao coração.
 
Vivemos olhando não pra mesma direção. Vivemos em contra-pontos.
Entre nós, de tudo... ainda que se te olho, melhor é o nada.
Procuro comigo mesmo, manero (ao lema carioques),
É manter minha modesta e discreta discrição. 
 
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 07/08/2015


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