DE ROSTO COLADO
De rosto colado, a meia luz.
Num bar barulhento, com músicas ao fundo
você aparece... bonita.
Parece que reluz.
E pouco a pouco nos aproximamos.
E de rosto colado, assim ficamos.
Acanhados, mas de toque sutil nos tocamos.
De rosto colado.
Pra foto, pro sempre, pra eternidade,
pra que fique na mente, pra matar a nossa saudade.
E de rosto colado alimentamos a nossa vontade.
De rosto colado.
Assim apenas nos expressamos.
Foi assim que quiséramos e em forma combinamos.
Estar juntos aos poucos momentos.
São tais e tão modestos os nossos sentimentos.
São medos, receios. São premissas. São sentimentos.
Incontrolados e recatados.
Analisados e premeditados.
Poucos, fugazes, mas nada que nos deixe em problemas.
Nada que a vida marca ou atrapalhe.
Nada nos leva também à um atalho.
Você procura o teu refresco ao calor.
Eu ao inverno, o meu acalanto-agasalho.
No fundo, procuramos amor.
Onde encontrar?
Em vida vivida. Não espero além.
De rosto colado, ficamos em foto.
Parece-nos que cai bem.