SOU PEQUENO DEMAIS
Sou pequeno demais,
diante da minha insólita e indignada indignação.
Sou pequeno, por ser amiúde,
por ter saúde, plenitude...
sem ver meus pares diante de mim.
Sou alguém que na pequenez dos meus atos
me aproximo do fim.
E trato eles – meus pares – à todos,
com uma insensata insensatez.
Uma carência encarecida.
Me sinto sem pudor, despudorado.
Um falta de graça, sem graça.
Uma ofensa de modo ofensivo, sem ter contra-si,
nada que de sincero ao meu mundo ameaça.
Talvez eu trate mal sem razão, a
penas por pirraça.
... por ser pequeno demais,
ainda que grande aos meus feitos e meus sonhos...
Ainda sou pequeno demais,
por não ter um coração puro, com pouco mais de amor e mais leve, risonho.
Sou pequeno demais...
Porque ofendo à outrem.
Sem ter sofrido mal,
sem me dar conta da vida de ninguém.
Sou pequeno, sou grande,
sou forte, sou fraco.
Sou fruto de uma sociedade em colisão com o seu tempo.
Me vejo em retrato como um trapo.
Me vejo sem tempo, temperamento.
Sou pequeno, assim me sinto na ofensa.
Assim me percebo, e vejo...
E me agracio com a temperança.
Oxalá que a paz me vingue esperança.
Sou pequeno demais... reconheço.
E que Deus me perdoe.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 05/08/2015
Alterado em 27/08/2015