PERDÕES A UMA SÓ VOZ
PERDÕES A UMA SÓ VOZ
Distanciam-se as emoções,
Silenciam-se os corações,
Permanecem rasteiras indefinições.
Se perderam pálidas ao vento, o furor daquelas explosões.
Houve o sequestro do nada. Imaginações.
Foram magnetismos dos sóis, luas e estrelas.
Foram brilhos de todas as constelações.
Estribam-se momentos em enganosas armações,
E na confissão dos pecados, reconhecem...
Faltaram concluir entre si mais ações.
De si mesmo tornaram-se ardilosos e gananciosos: ladrões.
E fracos ao medo, esconderam-se penitentes nas clausuras dos seus porões,
Tudo ficou somente em sensações,
Por rastros de tempestades em furiosos trovões,
Que gritam alardes sem muitas entonações.
E seus espelhos refletiram imagens (não reflexões),
Por isso não se aliaram. Inertes, não formaram facções,
E a uma só voz, conclamam o que querem,
Buscam o que proferem: entre viseiras proféticas de suas acomodações,
Imaculados (e conjuntos) perdões.
obs: recomendo ler o poema ao som da música 'Concerto Para Uma Só Voz' (Saint-Preux).
